terça-feira, 4 de outubro de 2011

Glória, Glória, Aleluia!





Nasceu o homem
Filho de uma mãe impura,
E tão miserável quanto ele.

Veio ao mundo aquele que,
Com seu rosto simples
Acorda todo dia pensando no fim do mesmo.

Sim, ele chegou,
O tão esperado homem que ia nos salvar,
Hoje senta cansado e assiste a desgraça no jornal.

Ele, magro, franzino
E sem esperanças,
Que talvez nem acredite mais em milagres.

Um homem que tem como religião
A batalha pelo próprio pão
O sustento de si e a lágrima que cai todos os dias.

Abençoado seja ele,
Que apenas atingirá a paz
No dia em que não mais acordar.


Uma poesia de Jaqueline Salmazo

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Sangue e Som


E se tudo é música,
Que transforme minha dor em música também,
Mas nada que faça chorar,
Quero o ódio, a força.
Desejo que sinta também,
E que grude feito chiclete
Para que não esqueça de mim tão cedo,
Pois nem só de amor vive a música,
Vive também da raiva e da tristeza,
Também causada pelo amor,
Mas não SÓ de amor.
Já que estou cansada de andar por ai
Vendo que tudo gira em torno do amor,
Eu não giro, não mais,
Ou pelo menos finjo que não.
E não quero mais entender a necessidade disso,
Quero apenas sentir a música,
Aquela que expressa tudo isso
Com seu som pesado, insistente, envolvente,
Levando para longe o sufoco que não sinto
Mas que simplesmente tenho.
E já não preciso mais de vocês,
Eu tenho meu sangue quente
Mas não de afeto, disso não,
E sim de música,
Música e raiva.



Uma poesia de Jaqueline Salmazo

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Quer ser famoso?

- ...Você tem que se tornar meio estúpido, inofensivo e babaca.

Disse tudo.


Sem mais comentários.



Dedicatória ao blog http://chadepicaminha.blogspot.com/
Valeu pela dica, Black!

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Devaneios


Esse tal alguém
Que te faz esquecer do tempo,
Que te faz pensar que a vida não é tão amarga,
Sobre-saindo aos demais
Sempre dando um jeito de chamar mais atenção,
Mesmo que sem querer.
É quase um pecado o jeito que esse tal alguém mexe com você,
Causa devaneios, te faz querer mais,
Mesmo que o desejo passe dali a poucos minutos,
Ele volta por horas a fio.
Ainda que no sono pense estar seguro,
Esse tal alguém estará lá
Mesmo que apenas te observando,
Te sentindo, te medindo.
Quanto a isso você não pode fazer nada
Pois esse tal alguém entrou em sua vida desse jeito
Simplesmente porque você quis
E esse só será liberto novamente
Assim que você perceber que não significou nada,
Que foi apenas mais uma forma falha de amar
E deste modo, você guarda com um leve sorriso
Aquele doce arrepio que esse tal alguém te fez sentir certa vez.
'
'
'
Uma poesia de Jaqueline Salmazo.

sábado, 6 de novembro de 2010

Bem vinda a você!


Você se sente sozinha?
Espera, porque piora!
Olha para o lado e não vê ninguém?
Aproveite enquanto ela não chega!
Sente um grito travado na garganta?
É a única coisa que ainda faz sentido no que diz!
Já não se sente bem?
A dor física nem sempre supera a psicológica!
Começa a sentir frio?
De certo que é um reflexo de seus sentimentos!
Seu coração começa a acelerar?
Apenas com o medo ele ainda realiza esse ato!
Suas pernas não parecem mais tão firmes?
Ficar no chão já não é mais tão humilhante!
Sente falta de alguém contigo?
Talvez seja porque você afastou todos de perto!
Agora suas convicções não são mais seguras?
Você sempre se negou a olhar o outro lado!
Apenas deseja sair daqui?
Seu orgulho por nunca desistir agora parece tolice!
Evita olhar essa figura que se aproxima?
Sou apenas eu, ou melhor, você!
Adiamos essa conversa por muito tempo,
Agora enfrente seus malditos medos!



Uma poesia de Jaqueline Salmazo

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Apenas tu


Tua pele clara, eriçada pelo toque
Mas já carregada por teus gostos.
Teu cabelo esvoaçado pelo tempo
Mas já curtido pelas aventuras.
Teu corpo esculpido com ameno cuidado
Mas aparentando a pequena mulher.
Teus lábios carmim que apenas a mim cativam
Deveras erguido em leve sorriso.
Teus olhos de profundo silêncio
Mas o espelho da alma fácil de encontrar.
Tuas marcas sutis que me contam tua história
Mas ao mesmo tempo não desvendam teus segredos.
Teu cheiro de vida emanada
Mas que ainda guarda tua melhor essência.
Teus traços faciais ainda pouco usados
Mas ainda assim fortes e característicos.
Tua índole ainda influenciável
Mas sua concepção mais segura que tudo.
Tanto que sei de ti
Mas ao mesmo tempo não sei quase nada.
Tudo que sinto
Me provando o contrário do que penso.
Tudo, todo e tão pouco
Mentindo, medindo e me consumindo.
Apenas tu.



Uma poesia de Jaqueline Salmazo

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Um brinde aos amigos


Um brinde,

A tudo o que não foi
E ao que ficou.
Aos bons e aos maus
Que fortalecem o que há.
Ao que não houve, fica o futuro
Pois apenas ele dirá
O que se foi e o que vai ficar.
Adeus não há porque
Não se sabe o que pode acontercer.
E se acaso nos juntar
Alegria em reencontrar
Lembrar do passado e perceber
Que o tempo passou
Mas que a boa e velha alma
Sempre ficou
Não há motivo de desculpas,
O presente ocupou a falta
Que de madrugada volta a assombrar.
Mas é assim,
Mesmo sem querer
O tempo há de unir
O que sempre teve que ser
E a velha frase se repetirá:
"Um brinde... "


Uma poesia de Jaqueline Salmazo
(escrita a cerca de 1 ano atrás)